Exemplo de limpeza ambiental nas fronteiras da Bósnia
Em todas as guerras no planeta, as pessoas esqueceram completamente qual foi o conflito original, na medida em que partes de almas e egos mudaram de lado, durante a emoção acalorada da batalha original.

Recentemente, eu fui com, Maria Luiza, para a Iugoslávia para ensinar técnicas de Exorcismo Ambiental a um grupo de cura local. O trabalho aconteceu em um belo parque nacional na Montanha Tara, que se ergue na fronteira entre a Sérvia e a Bósnia. O grupo que nos convidou para ensinar era conduzido por Zivorad Slavinski, um curador iugoslavo com 22 livros publicados.

Eu conduzi o grupo em uma jornada xamânica, para que cada um encontrasse seu Mestre, ou o arquétipo do mestre, para nos auxiliar no trabalho de cura. A jornada de Maria Luiza foi para encontrar um Mestre para o grupo como um todo. A consciência da Montanha Tara apareceu a ela e declarou: “Eu, esta montanha, sou o mestre para este grupo. O sangue que corre sobre minhas rochas e nos meus rios,  é o mesmo sangue que flui no coraçno nas veias daqueles presentes aqui.”

O que não nos tinha sido dito, foi que o workshop estava acontecendo na exata localização do primeiro de todos os massacres nesta parte do mundo, que se deu há 740 anos. Turcos invasores não conseguiam encontrar os aldetes escondidos nas montanhas e então eles esperaram por uma celebração religiosa cristã, na qual todos os aldetes se reuniam. O pior massacre na história recente da Iugoslávia aconteceu a apenas 15 km do mesmo lugar, há 6 anos. Milhares de camponeses muçulmanos foram massacrados em alguns dias.

O que nós vivenciamos e curamos foi que os espíritos derrotados na batalha original se tornaram “vinculados B terra” ou aprisionados em seus assassinos, devido à intensa emoção do desejo por vingança. Por isto, 740 anos depois, outro massacre aconteceu no mesmo local. Teoricamente, agora foram os cristãos que mataram os muçulmanos, mas de fato, neste caso, e em todas as demais guerras na Terra,  nós esquecemos completamente, ao longo do tempo, pelo que estamos lutando.

Você nunca pode saber quem começou uma briga, enquanto você ainda deseja lutar. Isto se aplica a indivíduos com eles mesmos, com pequenos grupos fofocando ou lutando, ou nações guerreando. O desejo de lutar simplesmente significa que tem havido uma troca de partes de alma entre as pessoas que lutam.

As técnicas que usamos para curar a Montanha Tara incluíram levar as pessoas presentes a sentirem a emoção exata dos participantes originais do conflito. Isto possibilitou a todos vivenciar as emoções e crenças uns dos outros e abrir mão do conflito. Como conseqüência, o grupo se moveu para a batalha original de Kosovo. Esta é uma batalha na qual ambos os reis morrerem e nenhum lado venceu.

Zivorad rememorou sendo Milosh, que disse precisar beijar os pés do rei turco para se entregar. Ele assim o fez e imediatamente o matou. Zivorad chamou a isto um ato de grande sacrifício, que ele repetiria e repetiria, e repetiu nesse exato momento.

Outro curador, Robert Lavtar, se tornou o rei que morreu e disse que seu único crime era “não saber realmente quem ele era de fato”, assim, não sendo capaz de receber a verdade de seus súditos. Robert, nesta vida, foi um guarda costas de alto nível da OTAN, e alguns meses atrás fundou a primeira escola xamânica na Eslovênia. Esta escola se reúne semanalmente para realizar Exorcismos Ambientais.

Agora sabemos porque a montanha disse que o mesmo sangue, que escorreu sobre ela em batalha, vive nas veias daqueles presentes. Contudo, de uma perspectiva xamânica, a memória é holográfica, de modo que podemos recuperar e curar traumas coletivos de eventos passados, sem necessitar a presença de ninguém espiritual ou geneticamente conectado com o conflito original.